Tem pão velho
Era um fim de tarde de sábado. Um mulher molhava seu jardim, quando um garotinho, disse:
- Dona, tem pão velho?
Ela olhou para aquele menino tão nostálgico e perguntou:
Onde você mora?
- Depois do zoológico.
- Bem longe, hein?
- É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer
- Você está na escola?
- Não. Minha mãe não pode comprar material
- Seu pai mora com vocês?
- Ele sumiu.
E o papo prosseguiu, até que disse:
- Vou buscar o pão. Serve um pão novo?
-Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente.
Esta resposta caiu como um raio. A sensação de absorver toda a solidão e a falta de amor daquela criança, daquele menino tão inocente, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga, faz-nos reletirmos:
Que lição tirar desta resposta:
"Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente!"
Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor?
Por que não compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem?
Por que dá "pão velho" se você pode dá "pão novo"?
Verifique ao seu redor quantas pessoas talvez estejam esperando uma só palavra sua.