Nas aldeias As crianças cantavam,
Dançavam e riam.
Os adultos,Cada um com seus afazeres,
Iam levando a vida,Dia após dia.
E todos eram felizes...
A floresta dava tudo Que a ela se pedia.
Tinham frutos, tinham água,
Tinham abrigo,Tinham amor.
Mais, não precisavam!
E a vida transcorria Sempre na mesma calma.
Sempre com a mesma alegria
De poder andar, correr, Nadar, caçar,
E dentro da mata, Viver...
Medo - não existia
Doença - não existia
Vergonha - não existia
Certo ou errado - não existia
E o homem branco chegou...
Chegou e a tudo deturpou, Violentou, dilacerou.
A vida livre e alegre Foi cortada, foi cerceada,
Pois dentro do homem branco,Muitos pudores havia.
E o índio Ingênuo, desnudo, puro,
Começou a ser contaminado
Pelos erros e defeitos Do homem branco.
E o tempo foi passando...
De uma raça forte e pura,Poucos ficaram.
Pois o homem branco Foi dizimando-os.
Hoje, poucos restam...
E estes, sequer lembram mais Dos rituais de seus ancestrais.
Contaminados que foram
Pelas idéias do homem branco Acreditam ser civilizados
E não percebem Que, o que conseguiram,
Ao permitirem essa aproximação,Foi a perda de suas referências...
Foi a destruição Não só de um povo,
Mas de toda a sua cultura.
E este povo Que ria, que chorava,
Que amava, que cantava,
Foi totalmente dizimado
Pela ambição Do homem branco...
(19.04.2011)