Quando era criança (lembro muito bem) que ia para a escola com aquele tradicional uniforme de camisa branca e saia de pregas azul marinho enquanto os meninos era camisa branca e calça azul marinho já de uma forma mais livre, a única coisa de igualdade era o calçado. Nós, meninas, tínhamos que usar short por baixo da saia, pelo menos as que queriam mais liberdade de movimento, para assim podermos fazer as coisas mais bacanas como: pular corda, fazer estrelinhas, trepar nas árvores, andar encima do muro (nossa! E como era bom! Até correr conseguíamos. Era perigoso, mas era muito bom.) As meninas que eram comportadinhas ia brincar de roda, contar historinhas, passar o anel, etc. o máximo pular amarelinha.
Menino ia à escola já levava bola para seu futebol, bola de gude, até dominó. A menina levava o quê? Nada, porque boneca não ia na mochila, corda muito menos, bola era de menino. E quando a menina queria brincar com os meninos a resposta era em alto som: você é menina, não pode. Parecia um rótulo, algo que estava impregnado e chamava atenção.
Como eu queria ser homem. Era muito melhor!
Quando já adolescente conseguia jogar futebol com meninos e meninas, já que poucas meninas gostavam de bola e tinha que completar o time com meninos, mas qualquer lance mais polêmico logo, logo era resolvido: Não, não, deixa assim mesmo que ela é menina. E mais uma vez o rótulo!
Agora como alguém adulto, ouço sempre: primeiro as damas. Seria novamente o rótulo? Algo que diz ela é mulher, é mais fraca, mais inferior, não é igual a um homem. Mas essa frase ainda que é boa, e quando você ouve: mulher no volante perigo constante. É de matar um indivíduo desses.(Brincadeira! Porque eu sou mulher, não sou violenta, sou passiva. Guerreira sim.)
Procuro viver o mais intensamente possível a minha liberdade de ser humano dentro da lei respeitando os direitos de cada um e aproveitando as oportunidades. Hoje estou apta a dirigir carro, pilotar moto, sou técnico contábil, tecnólogo em administração, dona de casa, catequista, amiga, companheira, esposa, mãe e
SOU MULHER. (aquele rótulo).